dezembro 27, 2011

Pêlos, melhor tê-los

 
 
Te quero vasta ao redor
Nas tuas coxas percorrê-los
Muitos pêlos...
Melhor tê-los

Teu suor, treme...
... Pela fresta esconder-me
Guarde-me... Dentro
Entro... Lento

Fico atento!
Riso, dentes, potência
De repente...
Transcendência

Óh! minha pequena Grettha
Vaidade erógena
Vaidosa
...osa
..os
.s

*A MaRiO QUintANa

dezembro 20, 2011

E as asas da noite se estenderam por todo o terreno dos mortos




E, em meio à vida, a morte se fez
Das cinzas as cinzas, um dia...
Antes, ele brotou como uma árvore




*Extraído de: "Como uma rosa para a rainha"
*Homenagem a Vincent Price e Diana Rigg – “Theater of Blood” (1973), Direção: Douglas Hickox

novembro 06, 2011

Vontade de possuir



 
O que fizemos?
Porque adultos não podem brincar?
Se satisfazerem, esquecerem o tempo, subirem ao palco da vida.
E cantarem aquela venha canção conhecida.


 

*A Nina Persson
Extraída de: "Armadilha do desejo"

outubro 27, 2011

In vinu veritas


"Quem não conhece os prazeres que o vinho tem?
Aos que o invocam, aplaca remorsos, evoca lembranças
E elimina as dores também."



                              *Extraído de: Senhor Vinho
Publicado no Recanto das Letras em 01/08/2009.

outubro 26, 2011

Canção de infantaria



E, no som da treva...
... O tempo se cala.



*Extraída de: "Imprecisa batalha amorosa entre o cavaleiro de La Mancha e a pequena Dulcinéia Inez"
Publicada em: 03/10/2009 no "Recanto das Letras".

outubro 16, 2011

Justine, minha reflexão: Retinas Queimadas

Letra e música: Lou James




Nossa casa é a casa da dor
Sempre que penso em sua morte miserável
O mundo perdeu o seu calor
Essa tristeza me tornou deplorável


Antes, os males que eu lia
Eram coisas imagináveis
Estórias de vício e injustiças
Agora, porém


Todos me parecem monstros sedentos
A caça do sangue de semelhantes
Todos acreditam que ela é culpada
Justine, minha reflexão


O crime que cometeste
A tornava o ser mais depravado
Matar por jóias, matar por desejo
Justine, minha reflexão


Mas eu sei que é inocente
Eu sinto isso
Matar por jóias, matar por desejo
Justine, minha reflexão


Oh Justine, minha reflexão...



*Baseado em Mary Shelley's Frankenstein (1994)
*Direção: Kenneth Branagh

outubro 05, 2011

Um clássico na lixeira



(...) De repente, achei a sorte,
Encontrei um livro dentro da lixeira

E, enquanto eu tiver que permanecer aqui
Lê-lo-ei até que eu descubra realmente o que ele quer dizer a mim

Pois, não é sempre que se encontra um clássico na lixeira
Apóio-me na cadeira e começo pelo capítulo que terminei na última terça-feira



*Extraído de: Lou Reed na sala de jantar.

setembro 16, 2011

Entrevista com Núbia Poison



Núbia Poison é a repórter das publicações Retinas News.
Eu, Anita Baker, a entrevistadora da revista Maga Zine fiz um “jogo rápido” com ela:

*Um instrumento: Violão com cordas de aço
*Um compositor: Martin Lee Gore do Depeche Mode
*Um vocalista: Peter Murphy do Bauhaus
*Um guitarrista: Slash do Guns n’ Roses
*Um baterista: Meg White do The White Stripes
*Um livro: Folhas de Relva de Walt Whitman
*Um filme: Morangos Silvestres de Ingmar Bergman
*Um poeta: Fernando Pessoa
*Um ídolo: Rogério Skylab
*Um perfume: Eternity de Calvin Klein
*Um sonho: Ser gente
*Um hobbie: Navegar
*Uma música: Stella was a diver and she was always down, Interpol
*Uma bebida: Qualquer vinho tinto seco
*Uma comida: Filé Cantonês
*Uma sobremesa: Chocolate e... Chocolate!
*Uma decepção: Aquele desprezo
*Uma mensagem:
“Não se joga na cara de Deus o aborrecimento de uma vida amarga”
(Gustave Flaubert)



*Entrevista concedida a Anita Baker na casa de Lou James.
*Anita Baker, entrevistadora da revista Maga Zine.
*Núbia Poison repórter das publicações Retinas News, roadie e backing vocal nas horas vagas.
*Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

agosto 03, 2011

Na horizontal

Aos 23 comecei a cantar blues
Fiz bluespunk e rock tosco
Entrei num grupo de bluegrass
Em troca de cerveja e um pouco de desgosto

“Sede estranha”  no Avalon, Saylor sola
Ouça, como é ambicioso nas entranhas
Mas só no BCB encontrava a paz
Sinceridade, diversão, desforra e satisfação contumaz

Não sei, se você está bem, papai?
Mas eu estou, e me divirto com os amigos!
Você não quer ouvir mentiras...
... Também não as carrego comigo

Sinto-me livre vou por todas as direções
Digeri "Lucy in the Sky" em confusas ocasiões
Agora, só o canto me atrai
Além de gestos precisos e conexões corporais

Dançar contigo, ei
Aproximo-te e mexo-me
Não nos falamos, no entanto
Vivemos uma noite inteira de encantos
Num canto, lado a lado da garota fatal
Em posição vertical, imaginando como seria
Nossos lascíveis movimentos
Se estivéssemos na horizontal.


*A The Saylor, comparsa nas primeiras canções dos Retinas Queimadas.

julho 30, 2011

O silêncio ensurdecedor de Nosfa #



Tenho muita raiva de minha infância
E detesto a falsidade do mundo adulto
Esse é o meu desconforto...
... Essa é minha adolescência


*Homenagem de Nosfa # a J. D. Salinger

julho 13, 2011

Nunca fui uma estrela do rock'n roll



Sou seu amante, vamos criar uma cena?
Como Ewan Macgregor e Nicole Kidman se beijando
O amor é vermelho só nas telas do cinema?


Que dilema!
Sempre quis ser estrela do rock ‘n roll
Ver meu rosto na capa da Rolling Stone ou na N.M.E.
Falar tudo o que penso, de uma só vez, para um estádio inteiro


Primeiro: Qual instrumento você toca?
Eu toco tamborim e me apavoro diante de uma cafeteira
Mas, nessa segunda feira...
... Irei me matricular nas aulas de bateria


Você bem que poderia
Tentar me acompanhar
Algum instrumento aprender a tocar
Ler partituras, enrolar os cabos ou experimentar cantar


E, não apenas ficar...
Lendo horóscopos de pequenas bancas de esquina
Acorde garota, nessas páginas não há sexo, drogas, nem amor!
Além dos brinquedos quebrados, o que mais te fascina?


Há muito tempo não faço promessas que não dão certo
Deixe-me voltar a dançar o rock ‘n roll
Ler aquele livro que me motiva a ser assim
Só quero voltar às origens
Solitário, para o lugar de onde eu vim


Lá, foram os meus “anos de ouro”, só ouvia os clássicos
Lembro-me quando sintonizava naquela estação FM
Hoje, todos os vinis que preciso, viajam comigo
Carrego-os dentro desta sacola, gostou?
E, apesar de todos os cálculos que fiz na escola
Sei que minha vida foi salva pelo bom e velho rock ‘n roll



*Dedicado ao 13 de julho: “Dia Mundial do Rock”

julho 07, 2011

Clown, o palhaço: Retinas Queimadas


Letra e Música: Lou James

O senhor do riso
Perdeu sua graça
Desesperadamente
Caiu em desgraça

Ninguém
mais ri
Das suas gafes
Palhaçadas sem graça
Acabaram às traças

Clown, Clown o palhaço
Clown, Clown o palhaço

Não há mais riso
Futuro impreciso
Não há mais circo
Não há mais público

Astro circense
De repente...
Num passado recente
Atração decadente

Seu show acabou
Nunca mais, aplausos ouviu
Pusilânime, se entregou
Quando seu mundo ruiu

O poeta narra o fato
Jamais lhe anuiu
A perda do estrelato
Da fama que se extinguiu

Clown, Clown o palhaço
Clown, Clown o palhaço
Lou, Lou...
... O sem graça



Conosco o rock é tosco!

junho 28, 2011

Flutuando nos versos de Tchekhov


"Leve o que você quizer de mim"
(Jimi Hendrix)


Eu estava caminhando pelas nuvens
Enlouquecida e enlouquecendo mais
E mais, vencida por sorrisos sem graça

De graça a mim mesma, perdida
Ninguém passeando pelo vento, a pensar...
... Se afinal, tudo vai bem?

Tarde da noite, sozinha no universo
Com os olhos mortos de sono você se aproximou...
... Na ilegalidade, a recitar-me os meus versos

Próprios, é só sobre isso que você pensa?
Versos, borboletas, meus poemas e solos de guitarra?
Eis que a lua surge, enorme e brilhante
Fez-se silêncio e viramo-nos para contemplá-la por um pequeno instante



*A Jimi Hendrix e Anton Pavlovich Tchekhov




Fonte: Youtube

junho 14, 2011

Elvis, Elvis


Caímos numa armadilha e não sairemos dela
Tão cedo, sem sequelas
Diga-me:
Nós ainda podemos continuar juntos?


E você, desvencilhando-se dela:
Poderia me dar um pouco mais de ação?
Por que tanta exacerbação, meu querido?
Está abatido e vou curar esse ferimento em seu coração


Venha, vamos sair pela noite e relaxar a mente
Ouvir os latidos, sentir as faíscas e falar menos
Não esqueça o casaco e não articule, isso cansa-me
Você sabe que não são só os fracos que se entregam por amor


Foi como um pecado me apaixonar por você, um pecado da dor
Agora vivemos lado a lado
Sou um ator desempregado, devemos permanecer...
... Sob essa ansiedade que não termina ao amanhecer?













*A Elvis Presley

junho 01, 2011

Faça do meu crânio sua taça


I

Oh Senhor!
Inclina-me seus ouvidos
Mostra-me sua face
Não quero crenças
Abomino as superstições
A minha busca é somente pelo conhecimento
Não recues de mim nesse momento

II

Mesmo eu estando assim
Pude ouvir o som
Parecia-me uma pá
Fincando no solo sagrado dos mortos
Jazigo fúnebre violado ternamente
Depois, os pedaços de madeira se quebraram
E a tampa foi levantada...

III

... Mexeram em meus ossos
Ergueram o meu crânio
Novamente, pude sentir o calor dos raios solares
E, agora que meu cérebro foi carcomido pelos vermes
Encha-o de vinho, brinda-me e beba-o
Enquanto há tempo de fazê-lo; quem se engana?
Não por mim, mas pela existência da raça humana




*A Lord Byron

maio 28, 2011

Fragmento








Como está Sua Majestade?
Sente-se bem, meu Rei?
Tirei-o do túmulo e, agora...
... És tão injusto comigo


maio 11, 2011

Quase erro (Ode a Mary Shelley): Retinas Queimadas

*Letra: Lou James & Núbia Poison *Música: The Saylor *Vocal: Lou James








Aquela menina nasceu
Filha de Golding se concebeu
Sua mãe do parto floresceu
E com Shelley se irrompeu




O pai, resignado foi-se então
O padrasto o sobrenome deu-a senão
Sua mãe a iniciou na escrita
E na juventude se fez mulher aflita




No castelo de Byron as férias passou
E, num lampejo a estória criou
Um terror fantástico
Que pelo mundo se consumou




A obra, ao pai dedicou
Mas o sobrenome do padrasto herdou
Escrevia desde a infância, a ficção
Viveu no campo com forte obsessão




Criar um conto, criar uma estória
Num quase erro, numa memória
Lembrou de fantasmas, lembrou do inicio
E na voraz escrita, uma obra no solstício




A noite era sombria, lúgubre, mortal
Do sonho acordado, uma febre fatal
Desejou a criação feita com afeição
Que lhes tragam dor, dor e perdição




O monstro sem nome
Herdou o seu do criador
Nesse quase erro
Todo mundo é entendedor




Mary Shelley, saia do castelo
Mary Shelley, volte para casa
Nem Hamlet, nem Otelo
Fazem sombra às tuas asas







"Ela plantara as sementes que tinha nas mãos. Não outras, só essas" (Clarice Lispector)

abril 10, 2011

Nos canteiros de Cecília Meireles



A poetisa chorava. Chorava baixinho chamando. Chamando pelo luar que a fazia sorrir



Cantava, seu olhar mostrava-me. O vício de colher flores, framboesas, sonhos. Trilhava estradas que vieram a tornarem-se ruas



Ruas que a conduziram à hora da florada. Eis que chegava um novo dia de colher. Sonhos, flores, framboesas e expô-las nas calçadas



Tratou de aguar o que lhe enchia os olhos. Saudade, já não tentava nada, fadigada por... Pouca coisa, só felicidade e dor



Mostrava-me como seria diferente. Cada verso que criara, diferentemente. Versos que entregara inconscientemente



A mim entregava regozijo, estrofes e contentamento. Assim como Brecht, se contentava com tão pouca. Paz, alegria efêmera num sentimento de



Pode provar morangos que matavam tua fome. Canteiros de couve, cor de framboesa, novos nomes. Encerravam, com tristeza e víamos a morte de Cecília Meireles



O mato crescia com a chuva; riscávamos trilhas sob as corridas da jovem aldeã. Como ela nada era parecido, fugindo da morte, nada é parecido. Diferentes, somos parecidos com março, abril e maio



Antes, carnaval; no outono tudo é labor. Acabou a festa da carne, somos três meses. E a saudade recomeçou



De olhos fechados a felicidade chorava. Entre os dedos compridos, lágrimas corriam. Linhas pautadas preenchidas pela letra cursiva



Afetadas, tortas, sentimentos tortos, novas idas. Vida, amanhã, negra noite, deixa-me ver a sua letra. Como ontem de madrugada. Mais bela sua colheita de framboesas era









*A Cecília Meireles: 07/11/1901 — 09/11/1964

abril 03, 2011

No espelho, eu comigo mesma



Hoje, pela manhã


Deparei-me com um gigante


Diante do espelho


Enorme criatura amorfa



Que atendia pelos nomes


Egoísmo


Vaidade e


Soberba



Antes que eu pudesse


Dele me afastar


Fui fulminada


Fulminada pelo seu olhar



Então...


... Estática


Fui esmagada


Por sua grande e pesada mão

abril 02, 2011

Última confissão de Núbia Poison






Estou por um fio
Mas não vou perder a esperança...

março 31, 2011

Só a mentira salvará o nosso amor


Ela:

É possível corrigir o maior erro de minha vida

Cometendo outro erro?

Porque me negas a verdade até mesmo nos sonhos?


Ele:

Mas, se eu te disser a verdade te perderei...

... Te perderei para sempre!


Ela:

Então minta

Minta para mim, meu amor!

março 30, 2011

Outras confissões de Núbia Poison


Ouça-me James

Há amor dentro de mim

Sim, há muito amor

Mas, também há revolta e desconfiança...

... Como nunca poderá imaginar

Você é capaz de compreender isso?

março 26, 2011

Quando eu morrer (Nasci na época errada)





“Não confio em músicas que não suspiram”

(Nick Cave)




Quando eu morrer o libertino sorrirá

E, se regozijará, vendo-me sucumbir
Repetidas vezes, amiúde
Feliz, sua taça levantará
E brindará sozinho...
... Saúde!


Viajei pelo mundo e só encontrei corações fechados

Nesse pesadelo delicado parei para contar minhas bênçãos
E, só me lembrei de uma
Foi quando meus gritos intensos fizeram você me ouvir
Você se virou e me disse:
Acho que nasci na época errada, baby


Na época errada eu nasci

Nasci na época errada, baby


E quando eu morrer o patife sorrirá

Regozijar-se-á, vendo-me sucumbir
Repetidas vezes, amiúde
Feliz, sua taça levantará
E brindará sozinho...
... Saúde!








*A Nick Cave



março 19, 2011

Fatídico dia trinta e um

Letra: Lou James & Núbia Poison







Depois que começou a pingar

Não mais podia parar
E cada gota de sangue
O chão se pôs a manchar


Menos de duas décadas vividas

E aquela garota de dezessete anos se foi

Entregou a própria vida cortando os pulsos

Síndrome do pânico, tédio pela vida?


Fatídico dia trinta e um

Fatídico dia trinta e um


Cansada de insultos, não teve sucesso e nem religião

A mãe, entre lágrimas, ajoelha e reza
Pedindo perdão a Deus pelo que não fez
Não pôde fazer, por ela e espera...


Espera, um dia, encontrá-la rindo

Com semblante sereno, tranquila
E num diálogo comum
Ela possa lhe explicar tudo
Tudo o que se passou
Naquele fatídico dia trinta e um


Fatídico dia trinta e um

Fatídico dia trinta e um