junho 28, 2011

Flutuando nos versos de Tchekhov


"Leve o que você quizer de mim"
(Jimi Hendrix)


Eu estava caminhando pelas nuvens
Enlouquecida e enlouquecendo mais
E mais, vencida por sorrisos sem graça

De graça a mim mesma, perdida
Ninguém passeando pelo vento, a pensar...
... Se afinal, tudo vai bem?

Tarde da noite, sozinha no universo
Com os olhos mortos de sono você se aproximou...
... Na ilegalidade, a recitar-me os meus versos

Próprios, é só sobre isso que você pensa?
Versos, borboletas, meus poemas e solos de guitarra?
Eis que a lua surge, enorme e brilhante
Fez-se silêncio e viramo-nos para contemplá-la por um pequeno instante



*A Jimi Hendrix e Anton Pavlovich Tchekhov




Fonte: Youtube

junho 14, 2011

Elvis, Elvis


Caímos numa armadilha e não sairemos dela
Tão cedo, sem sequelas
Diga-me:
Nós ainda podemos continuar juntos?


E você, desvencilhando-se dela:
Poderia me dar um pouco mais de ação?
Por que tanta exacerbação, meu querido?
Está abatido e vou curar esse ferimento em seu coração


Venha, vamos sair pela noite e relaxar a mente
Ouvir os latidos, sentir as faíscas e falar menos
Não esqueça o casaco e não articule, isso cansa-me
Você sabe que não são só os fracos que se entregam por amor


Foi como um pecado me apaixonar por você, um pecado da dor
Agora vivemos lado a lado
Sou um ator desempregado, devemos permanecer...
... Sob essa ansiedade que não termina ao amanhecer?













*A Elvis Presley

junho 01, 2011

Faça do meu crânio sua taça


I

Oh Senhor!
Inclina-me seus ouvidos
Mostra-me sua face
Não quero crenças
Abomino as superstições
A minha busca é somente pelo conhecimento
Não recues de mim nesse momento

II

Mesmo eu estando assim
Pude ouvir o som
Parecia-me uma pá
Fincando no solo sagrado dos mortos
Jazigo fúnebre violado ternamente
Depois, os pedaços de madeira se quebraram
E a tampa foi levantada...

III

... Mexeram em meus ossos
Ergueram o meu crânio
Novamente, pude sentir o calor dos raios solares
E, agora que meu cérebro foi carcomido pelos vermes
Encha-o de vinho, brinda-me e beba-o
Enquanto há tempo de fazê-lo; quem se engana?
Não por mim, mas pela existência da raça humana




*A Lord Byron