junho 01, 2011

Faça do meu crânio sua taça


I

Oh Senhor!
Inclina-me seus ouvidos
Mostra-me sua face
Não quero crenças
Abomino as superstições
A minha busca é somente pelo conhecimento
Não recues de mim nesse momento

II

Mesmo eu estando assim
Pude ouvir o som
Parecia-me uma pá
Fincando no solo sagrado dos mortos
Jazigo fúnebre violado ternamente
Depois, os pedaços de madeira se quebraram
E a tampa foi levantada...

III

... Mexeram em meus ossos
Ergueram o meu crânio
Novamente, pude sentir o calor dos raios solares
E, agora que meu cérebro foi carcomido pelos vermes
Encha-o de vinho, brinda-me e beba-o
Enquanto há tempo de fazê-lo; quem se engana?
Não por mim, mas pela existência da raça humana




*A Lord Byron

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