Assim como Grenouille
Desde que nasci percebia meu cheiro
Antes da luz, o aroma do parto
Depois do fôlego, a inspiração, indício de vida
Talvez, por isso, não o percebo mais
Mas, eu sei que tudo tem cheiro
Inclusive eu
O que as narinas ao meu redor
Captam enquanto os meus poros exalam
O tempero de minhas entranhas?
Seria como a brisa do mar?
Não, não sou marinho!
Um cheiro cítrico de folhas verdes?
Não, não sou vegetal!
Um cheiro de baunilha quente?
Não, não sou feito sob receita...
... Um cheiro de sistemas integrados aquecidos?
Talvez, talvez...
Cheiro de pus e sangue, realçado por uma halitose crônica?
Não, não sou matéria orgânica apodrecendo!
Alguém, por favor, tem a coragem de dizer-me:
Qual é o meu cheiro!?!
*Nosfa #, questionando sua existência terrena para a repórter Núbia Poison, após a bateria eletrônica dos Retinas Queimadas ter lido a obra: O Perfume, de Patrick Suskind
Ri da ironia do Perfume, e foi muito empolgante as incertezas da Nosfa
ResponderExcluirInteressante mesmo as incertezas da Nosfa
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